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Descrição
Origens: a palavra "silêncio" aparece na nossa língua no século XII, mais exactamente em 1190. Descende do latim silentium, e é portanto a sua tradução exacta. O francês arcaico empregava mesmo, à semelhança do latim silere, o verbo siler, que significava: calar-se. Hoje em dia encontramos, relacionado com ele, um adjectivo: silencioso, silenciosa; um advérbio: silenciosamente; e um curioso nome vindo também da antiguidade romana: silenciário, palavra que designa o oficial que fazia manter o silêncio entre os escravos e, por acréscimo, os religiosos que mantêm um longo silêncio, como os Trapistas e todos aqueles que se mantêm em silêncio durante longos períodos.
Silêncio: o primeiro sentido desta palavra, que tem como particularidade ser o único substantivo masculino que acaba em ence, em francês, é o estado de se calar, de permanecer mudo. A partir deste primeiro significado, foram inventados outros usos para a palavra. O Littré enumera nada menos que treze grupos, que se dividem em múltiplos subgrupos; definindo primeiro que tudo o estado de uma pessoa que se abstém de falar. "A rainha de Inglaterra dizia que os príncipes deviam manter o mesmo silêncio que os confessores e ter igual discrição", escreve Bossuet, que descreve três tipos: o silêncio de zelo, que deve ser usado para a concentração numa tarefa; o silêncio prudente, usado nas conversas; e o silêncio paciente, aplicado nas contradições. Pascal, por outro lado, privilegiava o silêncio perante Deus: "Devemos guardar silêncio tanto quanto pudermos, e alimentarmo-nos apenas de Deus, que sabemos ser a verdade", escreve ele nos Pensamentos, apesar de se contradizer algumas linhas à frente: "O silêncio é a maior perseguição, jamais os santos se calaram", o que é, aliás, falso.
Estado de conservação: 5 estrelas
Preço: VENDIDO
Descrição:
Thoreau mantinha-se eternamente insatisfeito com a vida na sociedade e com o modo como as pessoas viviam. Há relatos de que visitou aldeias indígenas só com a roupa do corpo, ao contrário de seus contemporâneos, que o faziam com armas em punho. Segundo as suas próprias palavras, ele foi morar para a floresta porque queria "viver deliberadamente". Queria "defrontar-se apenas com os fatos essenciais da existência, em vez de descobrir, à hora da morte, que não tinha vivido". No período na floresta, ele queria "expulsar o que não fosse vida". Esta sua arte de caminhar é um elogio à natureza selvagem e ao homem livre, no reencontro do caminho do primordial, e que procura libertar-se da doença moderna, regenerando-se nas fontes do vigor.
Estado de conservação: 5 estrelas
Preço: VENDIDO
Descrição:
«Outra pessoa apanhava de imediato um avião e estava em Paris numa hora e meia. Werner Herzog preferiu demorar três semanas, porque acreditava que quanto mais tempo demorasse mais tempo a sua amiga Lotte Eisner tinha para ficar boa. Ele confiava nos sonhos mais tresloucados, e nada impedia que aquela viagem de Inverno impedisse a morte de alguém. Herzog atravessa bosques, aldeias, rios, vinhas, passa por radares, locais históricos, inscrições religiosas, vê corvos, cães, veados, extasia-se com as estrelas, avança pelo vento e o nevoeiro, sofre a chuva e a neve.
Quando chegou a Paris, encontrou a quase octogenária Lotte doente mas estável. "Alguém lhe deve ter dito por telefone que eu tinha chegado a pé — eu não queria revelá-lo. Sentia-me embaraçado e pousei as pernas doridas num segundo sofá que ela empurrou para perto de mim." Em silêncio, ela agradece o esforço, ele está esfusiante por ter conseguido. Lotte Eisner morreu em 1983, e só não morreu nove anos antes porque em 1974 Werner Herzog não a deixou morrer.»
Pedro Mexia, do Prefácio
Estado de conservação: 5 estrelas
Preço: 12€
Excertos: aqui
Descrição:
"Há meia hora que espero. Mas basta ver o céu negro de nuvens carregadas, que ameaçam desabar, para perceber o inevitável. O tempo está escuro, mais do que o habitual àquela hora. Na rua passam alunos, outras pessoas a caminho do trabalho e algumas que não denunciam o seu destino. Encasacadas e de chapéu de chuva em posição de resistir ao vento frontal. Esperar é nunca alcançar. Sigo-lhes o exemplo e parto. Um passo é uma luta contra o rio que enche a estrada, as valetas, os terrenos marginais. É um combate contra a água projectada pelos rodados dos camiões que circulam incessantes, às vezes perigosamente perto. E que provocam sucessivas vagas de vento e fazem penetrar ainda mais fundo no corpo a chuva e o frio, como ondas gigantes contra uma casca de noz. Desistir não é hipótese. Resta continuar".
O Caminho Português para Santiago de Compostela é o segundo mais importante e gera receitas anuais superiores a nove milhões de euros. A frequência de peregrinos aumentou seis vezes na última década. Em sentido contrário há também um crescente número de fiéis no Caminho de Fátima, arrastando orações e gerando negócios. Estes são os dois principais santuários cristãos da Península Ibérica, aos quais afluem 230 mil peregrinos tradicionais por ano - mais de nove milhões de pessoas, se incluirmos a totalidade de visitantes. Esta reportagem conta a história dos caminheiros e de um jornalista que palmilhou os seus destinos.
Estado de conservação: 4,5 estrelas
Preço: VENDIDO